“Alterar a consciência” é algo que fazemos todos os dias… Num sentido mais comum e na nossa linguagem popular para darmos um exemplo, quando nós dormimos, o nosso corpo continua exercendo suas funções de outra forma, nós podemos sonhar ou simplesmente “perder” a nossa capacidade objetiva de pensar, e acordar no outro dia sem ao menos ter noção do que aconteceu nas horas que estavamos dormindo. Assim como, quando você está estudando, trabalhando, ou fazendo algo que goste, se parar pra perceber, fica em um certo tipo de transe. Quando assiste um filme, quando está dançando, ouvindo uma música, se relacionando sexualmente, quando está se alimentando com presença, e por ai vai… O que queremos dizer aqui, é que nossa consciência está sempre se alterando de inúmeras formas. O nosso cérebro funciona por meio de ondas cerebrais que podem subir ou descer, de acordo com cada situação sendo vivenciada.
Desde os tempos antigos, muitas pessoas encontraram ferramentas e caminhos para entrarem em estados alterados de consciência que pudessem proporcionar um autoconhecimento mais profundo de si mesmas e da vida como se manifesta na existência, expandindo as suas percepções, e ao mesmo tempo desenvolvendo uma inteligência mais aguçada sobre aquilo que está ao nosso redor. A meditação em suas diferentes linhas de estudos e práticas, promove um encontro consigo mesmo e já é comprovada que aumenta o foco e a concentração, assim como facilita o relaxamento e bem estar do corpo, da mente e das emoções.
Desde sempre, nós nos questionamos o que estamos fazendo aqui, quem somos, para onde vamos, por que nascemos, porque morremos, por que as coisas são como são, o que há além desta existência, e por ai vai… Com esses questionamentos, encontramos nas tradições ancestrais, a busca pela comunhão com a natureza, e dessa consequência, os Xamãs surgiram, buscando formas de compreender e entender as leis da natureza, para que pudessem viver a vida com equilíbrio.
Com esse entendimento, compreendemos que a busca por estados alterados de forma consciente, acaba sendo uma ponte para a conexão com o que está oculto. Nasce então a arte do Xamã, que é entrar em transe e acessar o que não pode ser “visto ou compreendido a olho nu”, acessar os mistérios da vida, da natureza e do oculto. Os graus de transe são vários e possuem relação com frequências cerebrais, podendo ser leves ou profundos. Porém, os estados alterados de consciência não são somente estar em transe, mas também conseguir viajar por outros planos, encontrar respostas, mentores, totens, buscar curas, etc…
Há várias formas de se atingir estados alterados de consciência, com e sem plantas de poder, com técnicas e rituais de várias formas, ou até mesmo passando vários dias em silêncio na natureza, uma caminhada por uma montanha, muito frio ou muito calor, e por exemplo através de jejuns, respirações profundas, meditações, exercícios corporais (yoga, tai chi, artes marciais), danças, cantos, instrumentos musicais, tambor e maracá, etc… Todos são caminhos para acessarmos a expansão da consciência e nos conectarmos com o divino, curando nosso corpo, mente, emoções e espirito, também propagando em outros níveis a cura para a rede de poder, na qual estamos todos interligados.
Através da expansão da consciência, algo que deveria ser visto como normal a todos seres humanos, nós podemos encontrar a nossa verdade interior, perceber a vida por outros ângulos, os nossos desafios, problemas e dificuldades que podem ser transcendidos com a abertura a uma nova visão e sentidos expandidos. Com a consciência expandida nos conectamos a nós mesmos, a nossa essência, e compreendemos os símbolos de nosso caminho e em qual ciclo da vida nós estamos.
Nas religiões e tradições ancestrais, há muitos conceitos sobre a expansão da consciência, que também pode ser denominadas como a busca pela iluminação espiritual, são eles: Nirvana (budismo); Samadhi (yogues); Moksha (hinduísmo); Bodhi (budismo); Satori (zen budismo); Iluminação (cristianismo); Nagual (Toltecas); supraconsciência, etc…